top of page

O sonho platônico

Durante 40 anos , Copérnico estava convecido de que, por toda a história, dos babilônios a Aristóteles, do grande Ptolomeu aos inspirados astrônomos islâmicos que mantiveram viva a sabedoria grega durante as trevas medievais, literalmente todo mundo, sábio ou ignorante, pensava de forma errada sobre o arranjo dos céus. Ele acreditava que a Terra não era o centro do cosmo, que não tinha um papel especial na Criação: para ele, estava claro que a Terra era apenas um outro nômade cósmico, girando junto aos outros planetas em torno do Sol, este sim o centro, a fonte de toda a luz. Por quatro mil anos, o mundo vivia uma grande ilusão.

Com o Heliocentrismo, uma nova visão de mundo implicaria um

lugar diferente para o homem no cosmo, numa nova explicação para quem somos e qual o sentido da vida. Se não somos mais o centro da Criação, somos ainda os eleitos de Deus? Se a Terra é um mero planeta, será que existem seres inteligentes em outros?

Será que também são pecadores e precisam ser salvos? Por quem? Pelo nosso Jesus, ou será que Deus tem muitos filhos? Será que o nosso Paraíso é o mesmo do dos extraterrestres? Tirar a Terra do centro causava muita confusão.

Copérnico argumentou que, sua maior motivação era obedecer ao ideal platônico de uma ordem cósmica, retornando à sugestão de Platão, de que os movimentos celestes, sendo uma criação de uma entidade divina inteligente, só poderia ser baseados em círculos, a mais perfeita das formas. Fora isso, os planetas deveriam viajar pelos céus com velocidades constantes. O cosmo era uma manifestação da mente divina e, portanto, necessariamente perfeito.

 

 

  • w-facebook
  • Twitter Clean
  • w-googleplus
bottom of page