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Uma Breve História do Tempo

Stephen Hawking

Das revolucionárias teorias heliocêntricas de Copérnico e Galileu até a descoberta dos elementos minúsculos que compõem o átomo, Hawking relata a evolução da ciência em sua busca constante para compreender o universo em que vivemos.

 

                                   Nossa imagem do Universo

 

340 a.c. Aristóteles apresenta em sua obra Sobre o céu, dois argumentos para a crença de que a Terra era uma esfera redonda, e não um prato achatado. Ele achava que a Terra era estacionária e que o Sol, a Lua, os planetas e as estrelas moviam-se em órbitas circulares ao redor dela. A Terra era o centro do universo e que o movimento circular era o mais perfeito.

 

Século II d.c. Ptolomeu apresenta um modelo cosmológico completo com essa idéia aperfeiçoada. Nosso planeta ficava no centro, cercada por oito esferas que incluiam a Lua, o Sol, as estrelas e os cinco planetas conhecidos na época: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. A igreja cristã o adotou como a imagem do universo que estava de acordo com as Escrituras, pois tinha a grande vantagem de deixar bastante espaço além da esfera de estrelas fixas para o céu e o inferno.

 

Em 1514, Nicolau Copérnico propõe um novo modelo. O Sol ficava estacionário no centro e a Terra e os planetas se moviam em órbitas circulares em torno dele. Dois astrônomos, um século depois, começaram a apoiar publicamente a teoria copernicana - o alemão Johannes Kepler e o italiano Galileu Galilei. Em 1609, Galileu começou a observar o céu noturno com um telescópio, que acabara de ser inventado. Quando apontou para Júpiter, descobriu que o planeta era acompanhado por diversos pequenos satélites ou luas que orbitavam à sua volta. Nesse meio - tempo, Kepler modificara a teoria de Copérnico, sugerindo que os planetas não se moviam em círculos, mas em elipses (uma elipse é um circulo alongado). As previsões enfim passaram a bater com as observações.

 

Em 1687, Newton apresentou uma teoria de como os corpos se movem no espaço e no tempo, como também desenvolveu a complexa matemática necessária para analisar esses movimentos. Ele postulou uma lei de gravitação universal, segundo a qual todo corpo no universo seria atraído para todos os outros corpos por uma força que se intensificava quanto maior fosse a massa dos corpos e quanto mais perto estivessem um dos outros. Essa era a mesma força que fazia os objetos caírem no chão.

 

De modo geral, aceitava-se que ou o universo sempre existira em um estado inalterado ou fora criado em um tempo finito no passado, mas ou menos como o vemos hoje. Em parte, isso talvez se devesse à tendência das pessoas de acreditar em verdades perpétuas, bem como no conforto de pensar que, ainda que venhamos a envelhecer e morrer, o universo é eterno e imutável.

 

Em 1929, Edwin Hubble fez a observação revolucionária de que, para onde quer que olhemos, as galáxias distantes estão se afastando depressa de nós. Em outras palavras, o universo está se expandindo. Isso significa que, antes, os objetos teriam estado mais próximos. Aliás, parece ter havido um momento, entre dez e vinte bilhões de anos atrás, em que todos eles estavam exatamente no mesmo ponto e, por conseguinte, a densidade do universo era infinita. Essa descoberta enfim trouxe a questão do início do universo para o âmbito da ciência.

 

Essas observações sugeriam que houve um momento, chamado de Big Bang, em que o universo era infinitesimalmente pequeno e infinitamente denso. Sob tais condições, todas as leis da ciência, e, portanto, toda a capacidade de predizer o futuro, fracassariam. Pode-se dizer que o tempo teve início no Big Bang, no sentido de que tempos anteriores simplesmente não teriam definição. Em um universo imutável, um início no tempo é algo que precisa ser imposto ao universo por um ser exterior; não há necessidade física de um início. Pode -se imaginar que Deus criou o universo em literalmente qualquer momento do passado. No entanto,se o universo está se expandindo, deve haver motivos físicos pelos quais teve de haver um início. Ainda é possível imaginar que Deus criou o universo no instante do Big bang, ou mesmo depois, de maneira que pareça ter havido um Big Bang, porém não faz sentido supor que ele foi criado antes do Big bang.

 

Hoje, os cientistas descrevem o universo a partir de duas teorias parciais básicas: a teoria da relatividade geral e a mecânica quântica. A relatividade geral descreve a força da gravidadee a estrutura em grande escala do universo, ou seja, a estrutura em escalas que vão de apenas alguns quilômetros a medidas tão vastas quanto um milhão de milhões de milhões de milhões (1 seguido de 24 zeros) de quilômetros - o tamanho do universo observável.

 

A mecânica quântica, por sua vez, lida com fenômenos em escalas minúsculas, tais como um milionésimo de milionésimo de centímetro. Infelizmente sabemos que essas duas teorias são incompatíveis entre si - não é possível que ambas estejam corretas, segundo Stephen Howking tem sido um dos maiores esforços da física atual a busca por uma nova teoria que irá incorporar ambas: uma teoria da gravitação quântica. Ainda não temos essa teoria e pode ser que estejamos longe de consegui-la. mas, já se conhece muitas propriedades que ela deva exibir.

 

 

 

 

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